domingo, 23 de outubro de 2011

Manuscritos Bíblicos do Novo Testamento

Niceia: a ditadura da ortodoxia (terceira parte)
Ícone do Concílio de Niceia
Trezentos anos depois do tempo de Jesus, havia muitas versões diferentes da história e dos ensinamentos de Jesus.
Os grupos maiores e mais influentes tentaram impor seus textos, o que os menores não aceitavam. Os debates eram acirrados e havia acusações mútuas de heresia entre eles.
A disputa continuou até o ano 325 d.C., quando o Imperador de Roma, Constantino I, resolveu por a casa em ordem, convocando o Concílio de Niceia. Este concílio reuniu representantes dos vários grupos diferentes do cristianismo.
Imperador Romano Constantino I
Cosntantino desejava um Império forte e unido. E para manter seu domínio sobre o povo e estabelecer uma ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas teria que promover obscurecimento e a ignorância do povo, já que o conhecimento era um obstáculo aos objetivos da nova religião.
Neste concílio, o líder de um dos grupos, Ário propôs que Jesus não era Deus, mas apenas um homem com relação especial com deus. Contestando a proposta de Ário, outro líder de um grupo mais influente, propôs que a questão de Ário fosse elevada a voto, do que resultou numa esmagadora maioria dos participantes afirmando que Jesus era divino.
Para apoias esta decisão, Niceia teve de estabelecer um cânone dos livros sagrados. Na reunião, então, foi escolhido 27 livros para narrar a história e os ensinamentos de Jesus. A razão para a escolhas desses livros foi simples: expressavam a visão dominante da igreja. E todos os demais livros foram considerados apócrifos, falsos e perigosos para o estabelecimento do novo livro.
Dezesseis anos depois do Concílio de Niceia, Constantino comissiona Eusébio de Cesareia a preparar 50 exemplares da Bíblia oficializada em Niceia, para uso das igreja.
Codex Vaticanus: II Tessalonicenses 3.11-18 & hebreus 1.1-2,2
T.C. Sket, um paleógrafo do museu britânico, defende a tese de que o Codex Vaticanus era uma das 50 Bíblias que o Imperador constantino I requisitou para que Eusébio de Cesaréia produzisse.
A Bíblia que temos hoje é o produto do Concílio de Niceia. 
Apesar dos esforços de Constantino e de seus colaboradores em destruir a literatura adversária, a cidade egípcia de Nag Hammadi em 1945 foi cenário da descoberta de mais de 54 textos cristãos antigos, a maior descoberta de documentos posteriores ao Novo Testamento - o trabalho continua até os dias atuais.


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