Ícone de Paulo de Tarso |
Segundo o “Léxico Comentado” preparado pelo
filólogo Dr. Steven Hoffman, especialista em grego Koiné do
primeiro século, o termo “Apóstolo” do grego Apostoloi (άποστολόι),
significa “enviado” ou “delegado”, indica que os assim chamados, foram enviados
pessoalmente pelo próprio mestre que os enviou para realizar a tarefa. Comenta
Hoffman: “O Apóstolo é aquele que tem uma
experiência com o mestre, é aquele que divide o mesmo pão, compartilha o calor
do mesmo fogo e está sob as luzes das mesmas estrelas...”.
E que é feito de Paulo, "o maior de todos
os Apóstolos"? Pois é. A História dos Apóstolos de Jesus não tem espaço
para ele. Se deixarmos de lado as pressuposições e analisarmos os fatos,
torna-se quase impossível entender como é que ainda hoje se junta Apóstolo e
Paulo. Ou Santo e Paulo.
Paulo chega mesmo a utilizar antigas profecias a
ele próprio, nomeadamente Isaías 49.6: "também
te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da
terra" (Atos 13.47-49). O problema com esta profecia é que se aplica
apenas a Isaías. Não a Paulo.
Portanto, até agora Paulo tem uma questionável missão "divina" e uma falsa profecia. Que mais? Ah, sim. O grande ego e a auto-adoração. Paulo achava-se, de fato, superior aos outros Apóstolos (os verdadeiros).
"Conheço
as tuas obras, o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os
maus; e puseste à prova os que dizem serem apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens
paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. [...] Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
(Apocalipse 2.2-7)
Apesar de não ter sido nomeado por Jesus, nem
cumprir os requisitos posteriormente impostos por Pedro, Paulo apresentava-se
sempre como sendo um Apóstolo.
Paulo era um homem inteligente. Sabia que os
argumentos de autoridade contam, e por isso acompanha sempre a sua apresentação
pela autoridade de Deus (algo do estilo "apóstolo
não pelos homens, mas por Jesus"). Se "Deus" lhe deu uma
missão através de uma visão (uma visão bastante questionável, por sinal, já que
nem o próprio Paulo a relata de maneira coerente) quem o pode desafiar? Mas ao
contrário da visão, que só Paulo teve, as palavras de Jesus foram ouvidas por
muita gente. Todos os que o ouviram sabiam quem eram os doze Apóstolos.
Portanto, até agora Paulo tem uma questionável missão "divina" e uma falsa profecia. Que mais? Ah, sim. O grande ego e a auto-adoração. Paulo achava-se, de fato, superior aos outros Apóstolos (os verdadeiros). Chega mesmo a dizer que "trabalhou muito mais do que eles" (I Coríntios 15.10), e fala de Tiago, Pedro e João dizendo que "pareciam ser as colunas", mas que a ele nada lhe acrescentam (Gálatas 2.6-9). Não há em todo o Novo Testamento nenhum autor que use a palavra "eu" com tanta freqüência como Paulo.
Mas a derradeira prova da falsidade deste
"Apóstolo" vem de João. João escreveu o Apocalipse. Se Paulo era de fato
um grande Apóstolo, não há nenhuma palavra sobre a sua grandeza nesta
Revelação. Há, contudo, uma referência ao seu trabalho.
Logo no primeiro capítulo João escreve às sete igrejas na Ásia. Prossegue então com uma mensagem para cada uma das Igrejas. A mais relevante para o caso é a primeira, para a de Éfeso. Diz o seguinte: "Conheço as tuas obras, o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem serem apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. [...] Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 2.2-7).
Tem-se conhecimento apenas de uma pessoa que se
dirigiu à igreja de Éfeso dizendo ser Apóstolo: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que
estão em Éfeso, e fiéis em
Cristo Jesus ” (Éfeso 1.1).
Como se isto não bastasse, existe também este
pequeno desabafa de Paulo ao seu amigo Timóteo: “Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartam de mim” (II
Timóteo 1.15).
E onde é Éfeso? Na Ásia.
Também Lucas fala sobre a dificuldade de
aceitação que Paulo encontrou em Éfeso (Atos 19.1-90).
Então o que temos aqui? Paulo disse: “... sou um Apóstolo, este é o Evangelho”.
A Igreja de Éfeso disse-lhe: “... vai-te
embora”. E João, Apóstolo, disse-lhes, “...
muito bem! é assim mesmo!”
Paulo alegou ser apóstolo em sua carta aos
Efésios (Efésios 1:1), mas mais tarde, em sua segunda carta a Timóteo, Paulo
declara que “os na Ásia se afastaram” dele (II
Timóteo 1.15). Éfeso era, na época, a maior cidade da Ásia
[Menor], então isso significa que em algum momento
depois de escrever sua carta, eles, os Efésios, por algum motivo, deixaram de
considerá-lo como um verdadeiro apóstolo.
Note que ele não diz que os crentes na Ásia
abandonaram a fé cristã, e ele não diz que eles abandonaram os apóstolos
originais de Jesus. Paulo diz apenas que os crentes na Ásia o abandonaram.
Por alguma razão, os Efésios deixaram de
considerar Paulo como um genuíno líder cristão.
Paulo de Tarso se intitula Apóstolo de Jesus. No
entanto, não é um dos doze Apóstolos escolhidos por Jesus.
Portando Paulo de Tarso não é um Apóstolo de
Jesus, é um falsário um charlatão. Hoje muitos dizem seguir o Cristianismo, eu
digo seguir o Paulinismo. A doutrina de Paulo é totalmente oposta à doutrina de
Jesus. Paulo de Tarso contradiz tudo o que Jesus ensinou. Quer uma prova? Aliste
todos os ensinamentos de Jesus, depois aliste os mesmos ensinamentos de Paulo.
Verá que Paulo contradiz tudo o que Jesus ensinou.
É fato que atualmente, muitos são tidos por
Apóstolos, usam a nomenclatura de Apóstolo, e realmente crêem que são
verdadeiros Apóstolos de Jesus.
Tal sentimento emana das mais diversas correntes
cristãs. Neste contexto, o mundo é inundado por uma febre justamente agora em
que o cristianismo passa por um momento de popularização, e que muitos homens e
mulheres “agregam-se” na religião do momento, a fim de estarem de acordo com a
nova tendência social.
O testemunho de mais de dois mil anos de
história é que Apóstolos (sujeitos) foram somente àqueles escolhidos, nomeados
e comissionados pessoalmente por Jesus (Lucas 6.13).
O que compreendemos dos Apóstolos pós-modernos,
está atrelado mais a natureza humana do que a vocação Divina.
Tratar
como modismo o título de Apóstolos encontrados em cada esquina seria o mais
brando tratamento que se permitiria.
Como, porém,
poderíamos classificar os que hoje se dizem Apóstolos? Será que a Igreja
poderia definir quem são de fato Apóstolos? Como poderíamos estar aptos para
fazer o que a igreja primitiva não fez? Não vemos registros desta Igreja consagrando
Apóstolos, ou na história posterior que tal cargo fora repassado. Só existiram
os Apóstolos de Jesus, especialmente por Ele escolhido e enviados, o que faz
jus ao nome assim normatizado, sendo este o significado do título.
Livros
pesquisados:
Commented on Lexical Dictionary, Steven
Hoffman, VanderKam Press , New York – 1968.
The Mythmaker: Paul and the Invention of
Chistianity, Hyam Maccoby, Weidenfeld & Nicolson, London – 1986.
Exegese
do Novo Testamento, Uwe Wegner, Sinodal, São Paulo – 2001.
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