Praça da Basílica de São Pedro, Vaticano |
O
contexto teológico do cristianismo no decorrer dos séculos II e III foi praticamente
rico em diversidades teológicas entre os primeiros cristãos.
Durante
esses dois séculos, não havia acordo quanto a um cânone nem acordo quanto a uma
teologia. Diversos grupos afirmando diversas teologias baseada em diversos
textos escritos, todos reivindicando terem sido escritos pelos primeiros
seguidores de Jesus.
As
disputas teológicas giravam em torno da natureza de Jesus, ou seja, a
humanidade e a divindade de Jesus.
Mas
no fim, só um grupo “venceu” os debates. Esse grupo foi o que se aliou ao
Império Romano, e que mais tarde veio a ser conhecido como catolicismo romano.
Roma ganhou porque destruiu todas as evidências. Os vencedores sempre
reescrevem a história e reinterpretam isso para o mundo. O Império Romano era
um império pagão. Porém, era uma super potência “dominante” de seu tempo.
O
grupo vencedor das disputas teológicas se estabeleceu como “ortodoxo”
(significa detentor do que ele mesmo considerava como “reta crença”) determinou
aquilo em que as gerações cristãs futuras acreditariam e que leriam como
escrituras.
Mas
o grupo vencedor, herdeiro do Império Romano, com uma vocação imperialista de
dominar o mundo precisava de um marketing para crescer e esparramar mundo
afora.
A
expansão mundial do catolicismo se deu pelo marketing religioso, ou melhor,
pelo sincretismo pagão. Que a igreja católica é uma das grandes instituições religiosas do
mundo isso não se discute.
É necessário enfatizar que catolicismo não é cristianismo. Pelo
menos não o cristianismo ensinado por Jesus e seus primeiros seguidores.
Embora muitos católicos possam se sentir ofendido por esta
afirmação, mas não poderíamos apoiar os ensinos e dogmas católicos, sendo que
os mesmos diferem em muito dos ensinamentos primitivos. Mas então o que realmente seria o catolicismo? Como classificar
suas doutrinas e ensinamentos?
A resposta para estas perguntas pode ser encontrada juntamente com
as explicações para o crescimento da igreja católica romana.
A igreja católica é uma das maiores agregadoras de costumes pagãos
em toda a historia da humanidade. Nunca houve uma instituição tão sincretista e
capaz de tolerar as mais variadas formas de deuses cultos e costumes.
Isto começou a ocorrer depois das disputas teológicas dos séculos
II e III, quando o grupo vencedor se aliou ao Império Romano que na época era imperador
Constantino, o Grande (312 d.C.), e o cristianismo foi declarado religião do estado
e multidões pagãs foram aceitas na igreja. Os povos pagãos foram sendo aceitos
pela igreja, juntamente com seus muitos rituais e falsos deuses.
Estas misturas tornaram-se comuns dentro do catolicismo, fazendo
com que os povos pagãos simpatizassem com a igreja emergente, pois poderiam
perfeitamente fazer parte da religião do império e continuar adorando aos seus
deuses devido à tamanha semelhança, já que praticamente quase todos possuíam
imagens que os representavam dentro do catolicismo.
Esse marketing aliado ao poder emocional foi à vitória do
catolicismo. Se procurarmos os fatores que resultaram no poder e na influência
da igreja católica romana, não apenas sobre os seus próprios membros, mas sobre
muitos outros que não têm nenhuma ligação pessoal com essa igreja,
descobriremos que um dos mais importantes é o seu culto ritualístico. As vestes
suntuosas, as procissões coloridas, o fausto e o simbolismo mistificante, a
música pomposa, as solenes entonações dos sacerdotes em voz cantada, as velas
tremeluzentes, a guarda Suíça, os sinos tilintantes, o incenso perfumado e o
tamanho faraônico dos templos – tudo foi planejado para impressionar os
sentidos e as emoções. Num grande templo, o culto católico romano desperta os
sentidos tanto quanto qualquer espetáculo no palco ou no picadeiro de um circo.
Hollywood não poderia nunca sobrepujar nem mesmo igualar, a convocação de um
conclave, a chaminé com a fumaça preta ou branca, a multidão esperando o
anúncio do novo papa no pátio da basílica de São Pedro e na televisão.
Cardeais no Conclave |
Algumas pessoas, entretanto, ficam deslumbradas com a exibição
teatral da religião e a igreja católica romana imediatamente lhes agrada.
Multidões que, sem nenhum interesse na religião como tal, são atraídas pela
exibição espetacular do que parece ser uma união do humano com o divino. Tudo isto em uma só exibição religiosa produzida pelo homem, um
marketing religioso criado para impressionar, emocionar e seduzir o ser humano.
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