sábado, 27 de abril de 2013

Paulo de Tarso: O Apóstolo


Ícone de Paulo de Tarso
Segundo o “Léxico Comentado” preparado pelo filólogo Dr. Steven Hoffman, especialista em grego Koiné do primeiro século, o termo “Apóstolo” do grego Apostoloi (άποστολόι), significa “enviado” ou “delegado”, indica que os assim chamados, foram enviados pessoalmente pelo próprio mestre que os enviou para realizar a tarefa. Comenta Hoffman: “O Apóstolo é aquele que tem uma experiência com o mestre, é aquele que divide o mesmo pão, compartilha o calor do mesmo fogo e está sob as luzes das mesmas estrelas...”.

E que é feito de Paulo, "o maior de todos os Apóstolos"? Pois é. A História dos Apóstolos de Jesus não tem espaço para ele. Se deixarmos de lado as pressuposições e analisarmos os fatos, torna-se quase impossível entender como é que ainda hoje se junta Apóstolo e Paulo. Ou Santo e Paulo.

Paulo chega mesmo a utilizar antigas profecias a ele próprio, nomeadamente Isaías 49.6: "também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra" (Atos 13.47-49). O problema com esta profecia é que se aplica apenas a Isaías. Não a Paulo.

Portanto, até agora Paulo tem uma questionável missão "divina" e uma falsa profecia. Que mais? Ah, sim. O grande ego e a auto-adoração. Paulo achava-se, de fato, superior aos outros Apóstolos (os verdadeiros).

"Conheço as tuas obras, o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem serem apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. [...] Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas." (Apocalipse 2.2-7)

Apesar de não ter sido nomeado por Jesus, nem cumprir os requisitos posteriormente impostos por Pedro, Paulo apresentava-se sempre como sendo um Apóstolo.

Paulo era um homem inteligente. Sabia que os argumentos de autoridade contam, e por isso acompanha sempre a sua apresentação pela autoridade de Deus (algo do estilo "apóstolo não pelos homens, mas por Jesus"). Se "Deus" lhe deu uma missão através de uma visão (uma visão bastante questionável, por sinal, já que nem o próprio Paulo a relata de maneira coerente) quem o pode desafiar? Mas ao contrário da visão, que só Paulo teve, as palavras de Jesus foram ouvidas por muita gente. Todos os que o ouviram sabiam quem eram os doze Apóstolos.

Portanto, até agora Paulo tem uma questionável missão "divina" e uma falsa profecia. Que mais? Ah, sim. O grande ego e a auto-adoração. Paulo achava-se, de fato, superior aos outros Apóstolos (os verdadeiros). Chega mesmo a dizer que "trabalhou muito mais do que eles" (I Coríntios 15.10), e fala de Tiago, Pedro e João dizendo que "pareciam ser as colunas", mas que a ele nada lhe acrescentam (Gálatas 2.6-9). Não há em todo o Novo Testamento nenhum autor que use a palavra "eu" com tanta freqüência como Paulo.

Mas a derradeira prova da falsidade deste "Apóstolo" vem de João. João escreveu o Apocalipse. Se Paulo era de fato um grande Apóstolo, não há nenhuma palavra sobre a sua grandeza nesta Revelação. Há, contudo, uma referência ao seu trabalho.

Logo no primeiro capítulo João escreve às sete igrejas na Ásia. Prossegue então com uma mensagem para cada uma das Igrejas. A mais relevante para o caso é a primeira, para a de Éfeso. Diz o seguinte: "Conheço as tuas obras, o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e
 puseste à prova os que dizem serem apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. [...] Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 2.2-7).

Tem-se conhecimento apenas de uma pessoa que se dirigiu à igreja de Éfeso dizendo ser Apóstolo: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus (Éfeso 1.1).

Como se isto não bastasse, existe também este pequeno desabafa de Paulo ao seu amigo Timóteo: “Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartam de mim” (II Timóteo 1.15).

E onde é Éfeso? Na Ásia.

Também Lucas fala sobre a dificuldade de aceitação que Paulo encontrou em Éfeso (Atos 19.1-90).

Então o que temos aqui? Paulo disse: “... sou um Apóstolo, este é o Evangelho”. A Igreja de Éfeso disse-lhe: “... vai-te embora”. E João, Apóstolo, disse-lhes, “... muito bem! é assim mesmo!”
Paulo alegou ser apóstolo em sua carta aos Efésios (Efésios 1:1), mas mais tarde, em sua segunda carta a Timóteo, Paulo declara que os na Ásia se afastaram” dele (II Timóteo 1.15). Éfeso era, na época, a maior cidade da Ásia [Menor], então isso significa que em algum momento depois de escrever sua carta, eles, os Efésios, por algum motivo, deixaram de considerá-lo como um verdadeiro apóstolo.

Note que ele não diz que os crentes na Ásia abandonaram a fé cristã, e ele não diz que eles abandonaram os apóstolos originais de Jesus. Paulo diz apenas que os crentes na Ásia abandonaram.

Por alguma razão, os Efésios deixaram de considerar Paulo como um genuíno líder cristão.
Paulo de Tarso se intitula Apóstolo de Jesus. No entanto, não é um dos doze Apóstolos escolhidos por Jesus.

Portando Paulo de Tarso não é um Apóstolo de Jesus, é um falsário um charlatão. Hoje muitos dizem seguir o Cristianismo, eu digo seguir o Paulinismo. A doutrina de Paulo é totalmente oposta à doutrina de Jesus. Paulo de Tarso contradiz tudo o que Jesus ensinou. Quer uma prova? Aliste todos os ensinamentos de Jesus, depois aliste os mesmos ensinamentos de Paulo. Verá que Paulo contradiz tudo o que Jesus ensinou.

É fato que atualmente, muitos são tidos por Apóstolos, usam a nomenclatura de Apóstolo, e realmente crêem que são verdadeiros Apóstolos de Jesus.

Tal sentimento emana das mais diversas correntes cristãs. Neste contexto, o mundo é inundado por uma febre justamente agora em que o cristianismo passa por um momento de popularização, e que muitos homens e mulheres “agregam-se” na religião do momento, a fim de estarem de acordo com a nova tendência social.

O testemunho de mais de dois mil anos de história é que Apóstolos (sujeitos) foram somente àqueles escolhidos, nomeados e comissionados pessoalmente por Jesus (Lucas 6.13).
O que compreendemos dos Apóstolos pós-modernos, está atrelado mais a natureza humana do que a vocação Divina.

Tratar como modismo o título de Apóstolos encontrados em cada esquina seria o mais brando tratamento que se permitiria.

Como, porém, poderíamos classificar os que hoje se dizem Apóstolos? Será que a Igreja poderia definir quem são de fato Apóstolos? Como poderíamos estar aptos para fazer o que a igreja primitiva não fez? Não vemos registros desta Igreja consagrando Apóstolos, ou na história posterior que tal cargo fora repassado. Só existiram os Apóstolos de Jesus, especialmente por Ele escolhido e enviados, o que faz jus ao nome assim normatizado, sendo este o significado do título.

Livros pesquisados:

Commented on Lexical Dictionary, Steven Hoffman, VanderKam Press, New York – 1968.

The Mythmaker: Paul and the Invention of Chistianity, Hyam Maccoby, Weidenfeld & Nicolson, London – 1986.

Exegese do Novo Testamento, Uwe Wegner, Sinodal, São Paulo – 2001.

domingo, 7 de abril de 2013

A Sedução do Cristianismo Através dos Séculos (primeira parte)



Praça da Basílica de São Pedro, Vaticano
O contexto teológico do cristianismo no decorrer dos séculos II e III foi praticamente rico em diversidades teológicas entre os primeiros cristãos.

Durante esses dois séculos, não havia acordo quanto a um cânone nem acordo quanto a uma teologia. Diversos grupos afirmando diversas teologias baseada em diversos textos escritos, todos reivindicando terem sido escritos pelos primeiros seguidores de Jesus.

As disputas teológicas giravam em torno da natureza de Jesus, ou seja, a humanidade e a divindade de Jesus.

Mas no fim, só um grupo “venceu” os debates. Esse grupo foi o que se aliou ao Império Romano, e que mais tarde veio a ser conhecido como catolicismo romano. Roma ganhou porque destruiu todas as evidências. Os vencedores sempre reescrevem a história e reinterpretam isso para o mundo. O Império Romano era um império pagão. Porém, era uma super potência “dominante” de seu tempo.

O grupo vencedor das disputas teológicas se estabeleceu como “ortodoxo” (significa detentor do que ele mesmo considerava como “reta crença”) determinou aquilo em que as gerações cristãs futuras acreditariam e que leriam como escrituras.

Mas o grupo vencedor, herdeiro do Império Romano, com uma vocação imperialista de dominar o mundo precisava de um marketing para crescer e esparramar mundo afora.

A expansão mundial do catolicismo se deu pelo marketing religioso, ou melhor, pelo sincretismo pagão. Que a igreja católica é uma das grandes instituições religiosas do mundo isso não se discute. 
É necessário enfatizar que catolicismo não é cristianismo. Pelo menos não o cristianismo ensinado por Jesus e seus primeiros seguidores.

Embora muitos católicos possam se sentir ofendido por esta afirmação, mas não poderíamos apoiar os ensinos e dogmas católicos, sendo que os mesmos diferem em muito dos ensinamentos primitivos. Mas então o que realmente seria o catolicismo? Como classificar suas doutrinas e ensinamentos?

A resposta para estas perguntas pode ser encontrada juntamente com as explicações para o crescimento da igreja católica romana.

A igreja católica é uma das maiores agregadoras de costumes pagãos em toda a historia da humanidade. Nunca houve uma instituição tão sincretista e capaz de tolerar as mais variadas formas de deuses cultos e costumes.

Isto começou a ocorrer depois das disputas teológicas dos séculos II e III, quando o grupo vencedor se aliou ao Império Romano que na época era imperador Constantino, o Grande (312 d.C.), e o cristianismo foi declarado religião do estado e multidões pagãs foram aceitas na igreja. Os povos pagãos foram sendo aceitos pela igreja, juntamente com seus muitos rituais e falsos deuses.

Estas misturas tornaram-se comuns dentro do catolicismo, fazendo com que os povos pagãos simpatizassem com a igreja emergente, pois poderiam perfeitamente fazer parte da religião do império e continuar adorando aos seus deuses devido à tamanha semelhança, já que praticamente quase todos possuíam imagens que os representavam dentro do catolicismo.

Esse marketing aliado ao poder emocional foi à vitória do catolicismo. Se procurarmos os fatores que resultaram no poder e na influência da igreja católica romana, não apenas sobre os seus próprios membros, mas sobre muitos outros que não têm nenhuma ligação pessoal com essa igreja, descobriremos que um dos mais importantes é o seu culto ritualístico. As vestes suntuosas, as procissões coloridas, o fausto e o simbolismo mistificante, a música pomposa, as solenes entonações dos sacerdotes em voz cantada, as velas tremeluzentes, a guarda Suíça, os sinos tilintantes, o incenso perfumado e o tamanho faraônico dos templos – tudo foi planejado para impressionar os sentidos e as emoções. Num grande templo, o culto católico romano desperta os sentidos tanto quanto qualquer espetáculo no palco ou no picadeiro de um circo. Hollywood não poderia nunca sobrepujar nem mesmo igualar, a convocação de um conclave, a chaminé com a fumaça preta ou branca, a multidão esperando o anúncio do novo papa no pátio da basílica de São Pedro e na televisão.

Cardeais no Conclave
Algumas pessoas, entretanto, ficam deslumbradas com a exibição teatral da religião e a igreja católica romana imediatamente lhes agrada. Multidões que, sem nenhum interesse na religião como tal, são atraídas pela exibição espetacular do que parece ser uma união do humano com o divino. Tudo isto em uma só exibição religiosa produzida pelo homem, um marketing religioso criado para impressionar, emocionar e seduzir o ser humano.







segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Fraude do “Santo Sudário”

Sudário de Turin
No último sábado (30/03/2013), o papa Francisco produziu um vídeo com uma mensagem especial direto da catedral de Turin (Itália), mencionando que a imagem do sudário, de um homem com lesões similares as sofridas por Cristo, corresponderia realmente a Jesus.
A igreja católica tenta a todo custo nos convencer de que, o “Santo Sudário”, seria um ícone de Jesus e não uma lenda.
A pesar de que em certos momentos, a igreja tem ficado em cima do muro, em sua segurança para não ter uma volta à trás. Admiti a veneração do sudário, mas não afirmando, definitivamente, a sua autenticidade.
Se ainda havia dúvidas, agora elas foram sepultadas de vez: o sudário – o pedaço de pano de linho que teria coberto Jesus no túmulo – é mesmo uma falsificação.
Em 1988, cientistas das universidades de Oxford, na Inglaterra, de Zurique, na Suíça, e do Arizona, nos Estados Unidos, tiveram acesso a retalhos do pano, com autorização do Papa João Paulo II. Para surpresa dos cientistas, testes de carbono 14 demonstraram que o sudário teria sido criado entre séculos XIV e XV, na Idade Média, ou seja, mais de 1200 anos depois da morte de Jesus.

A Fraude
A imagem que aparece no sudário é de um homem idoso, e para que a mortalha fosse verdadeira, a imagem apresentada teria que corresponder ao biótipo de Jesus um judeu com seus 33 anos e não a aparência de um idoso europeu.

O Jesus judeu e o Jesus europeu
O artista ao criar o sudário produziu os detalhes da cabeça, apesar da área das imagens tridimensionais serem bem maiores do que as áreas da pintura bidimensional.
Se a imagem da cabeça não fosse um desenho, mas sim, a marca deixada pela impressão do nariz sobre o tecido; a área impressa por esses “moldes” tridimensionais teria de ser maior do que a que aparece na pintura bidimensional do sudário.

Imagem formada por contato, foto: Z3 Fatos em foco
Imagem do sudário
Além do mais, depois de realizar várias experiências patrocinadas pela revista cientifica francesa “Science et Vie”, em 2005, Jacques di Costanzo, do Hospital Universitário de Marselha (França). Concluiu que o sudário é uma falsificação. Pois o artista que pintou o sudário usou o óxido férrico misturado com gelatina (colágeno bovino), para produzir marcas semelhantes ao sangue humano. Portanto, não foi detectado nenhum vestígio de sangue humano ou ácido lático, mas sim, colágeno bovino e minúsculas partículas do pigmento ocre vermelho.
É intrigante que a igreja católica, numa atitude típica dos que escondem a realidade ou teme ser desmascarado, jamais tenha tido coragem de reconhecer oficialmente o sudário como sendo autêntico ou legítimo. Tenha se limitado afirmar que o mesmo é uma surpreendente e misteriosa relíquia.
O mais interessante é que embora a igreja fuja da realidade, tenha medo e ódio da ciência e no passado tenha perseguido os cientistas. Hoje a igreja usa os mais sofisticados processos de vigilância e de preservação existentes para garantir o estado físico dessas suas falsas e fantasiosas “relíquias”.