Representação da Trindade Divina |
Nesta postagem vamos ver que e Dogma da Trindade como
pregada pela igreja católica, pelo protestantismo e por várias denominações
evangélicas não tem base bíblica. Na verdade, a palavra “Trindade” nunca
aparece na Bíblia. Esta doutrina é completamente estranha aos israelitas do
Antigo Testamento e ausente do Novo Testamento. Nesta seção mostraremos como o
Dogma da Trindade foi introduzida paulatinamente na igreja cristã.
Nos primeiros séculos da era cristã o mundo estava sob o
controle dos romanos. Os Imperadores daquela época perceberam que poderiam
governar com maior facilidade utilizando-se da religião, unindo a Igreja com o
Estado. Mas estes governantes tinham um desafio: agradar cristãos e pagãos. A
forma encontrada foi adaptar o Cristianismo ao paganismo. Isso causou o que
podemos chamar de paganização do Cristianismo.
No livro “History of Christianity” de Edward Gibbon, lemos:
“Se o paganismo foi conquistado pelo Cristianismo, é igualmente verdade que o
Cristianismo foi corrompido pelo paganismo. O puro deísmo dos primeiros
cristãos... foi mudado, pela igreja católica romana, para o incompreensível
Dogma da Trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e
idealizados por Platão, foram retidos como sendo dignos de crença”.
Desta forma, misturando o paganismo com o Cristianismo, tais
imperadores conseguiram agradar o grupo de pagãos e o de cristãos. Os conceitos
básicos para o estabelecimento do Dogma da Trindade surgiram dentro deste
contexto como forma de conciliar o culto politeísta (vários deuses) dos pagãos
com o culto cristão de adoração a um único Deus.
Flavius Valerius Constantinus (285-337 d.C), Constantino o
Grande, era filho do Imperador Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306 d.C.,
Constantino tornou-se imperador da Bretanha, Gália (atual França) e Espanha.
Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano. Divergências
teológicas relativas a Jesus começaram a se manifestar no império de
Constantino quando dois oponentes principais se destacavam dos outros e
discutiram sobre se Jesus era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado,
e sim igual e eterno como Deus (doutrina de Atanásio).
A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio
tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado
por esta divisão doutrinal. Constantino começou a pressionar as lideranças
cristãs para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu
império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um Concílio em
Nicéia, em 325 d.C., para resolver a disputa. 318 bispos compareceram, o que
equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do império. Dos 318, apenas uns
10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a votação
tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio
para garantir que votariam no que ele acreditava não em algum consenso a que os
bispos chegassem.
Neste Concílio foi votado que Jesus era Deus. Pressionada
por Constantino, a votação foi a favor de Atanásio. Foi adotado um credo que
favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado.
Em 381 d.C., o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou
um Concílio de Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados
a participar. 150 bispos compareceram, foram ratificadas as decisões do
Concílio de Nicéia e uma votação alterou o credo de Atanásio para incluir o
Espírito Santo como parte da divindade. A Doutrina da Trindade era agora
oficial para a Igreja e também para o Estado.
O Dogma da Trindade sempre foi uma pedra no sapato do
Cristianismo contra a denúncia judaica e islâmica de que o cristianismo não é
monoteísta (um Deus único). A partir daí, os padres da igreja por séculos
lutaram contra a acusação de que a trindade era politeísta. Armados de um
sofisticado platonismo cristão, eles se dispuseram, a articular uma defesa.
Os pais gregos viam uma essência e três substâncias, ao
passo que os bizantinos proclamavam uma essência, ou substância e três pessoas.
Para os bizantinos, a Trindade compreendia três sujeitos; para os gregos, três
objetos – mas a diferença era, basicamente, lingüística e, na prática, nada
marcante.
A Trindade é tão sedutora para a imaginação quanto qualquer
outro politeísmo, e gregos e bizantinos tinha culturas ancestrais repletas de
deuses e deidades menores.
Considerando-se as igrejas cristãs de hoje, 99% delas
sustentam o Dogma da Trindade, mesmo não sabendo o que constitui realmente a
Trindade e suas implicações que afetam outras doutrinas fundamentais da Bíblia.
Isso ocorre porque a maioria dos membros não tem a mínima noção da origem dessa
doutrina, mas insistem em defender teses sobre a Trindade. Dizem ser a Trindade
um mistério. O Dogma da Trindade não é um mistério, é um atentado à lógica,
especialmente por violar o mais elementar conceito sobre quantidade: Três
deuses constituem um só Deus.
Essa violência só seria admissível com uma explicação
bíblica, para isso os trinitarianos apresentam três textos para “provar” a
existência da trindade: I João 5.7; Mateus 28.19 e João 14.16.
Procedendo a uma leitura superficial do texto, tem-se a
impressão da existência de uma trindade, mesmo porque o texto de I João fala
que existem três no Céu e que os três são um. Mateus afirma que devemos ser
batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. No entanto nenhuma
doutrina é estabelecida baseando-se em apenas um ou dois textos da Bíblia, ou
sem analise do contexto em que o texto está inserido.
E o mais interessante, é que em nenhum manuscrito grego do
Novo Testamento antes do século IV citam a formula Pai, Filho e Espírito Santo.
Tal formula só vem a aparecer nos manuscritos posteriores aos Concílios de
Nicéia e de Constantinopla, respectivamente 325 d.C., e 381 d.C.
Percebe-se claramente que houve uma ousada tentativa de adulteração
das Escrituras a fim de introduzir o Dogma da Trindade que nunca esteve claro
na Bíblia. Será que esta foi à única tentativa dos padres trinitarianos? Ou
será que eles tentaram adulterar outros textos para tornar do dia para a noite
o Dogma da Trindade um ensino bíblico? Quantos textos bíblicos foram
adulterados em favor da teoria trinitariana?
Antigo manuscrito grego |
É muito difícil responder a estas questões, pois não temos
os textos originais.
Os primeiros seguidores de Jesus não tinham idéia de que o
conceito de trindade iria surgir ser votado por políticos, imposto por
imperadores e um dia se tornaria parte integral do Cristianismo moderno. A
maioria das igrejas cristãs apóia o Dogma da Trindade, mas ainda há algumas que
rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade de acreditar em uma
possibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos ridicularizados se
negarmos o Dogma da Trindade.
Deus, quando estabelece a sua relação com o povo de Israel
no Sinai, já deixa patente qual é a raiz do paganismo. Deuteronômio 6.4-5
aborda esta questão: “Ouve, ó Israel: IAHWEH nosso Deus é o único IAHWEH!
Portanto, amarás a IAHWEH teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma
e com toda a tua força” (Bíblia de Jerusalém). A raiz do paganismo é tornar Deus
mais um, ou outro, centro de nossa vida, desvirtuando a sua unicidade.
Neste blog você irá encontrar uma
reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e
das artes.
Espero que gostem, aguardo seus
comentários e sugestões. z3fatosemfoco@gmail.com
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