domingo, 11 de novembro de 2012

Dogma da Trindade

Representação da Trindade Divina
Nesta postagem vamos ver que e Dogma da Trindade como pregada pela igreja católica, pelo protestantismo e por várias denominações evangélicas não tem base bíblica. Na verdade, a palavra “Trindade” nunca aparece na Bíblia. Esta doutrina é completamente estranha aos israelitas do Antigo Testamento e ausente do Novo Testamento. Nesta seção mostraremos como o Dogma da Trindade foi introduzida paulatinamente na igreja cristã.
Nos primeiros séculos da era cristã o mundo estava sob o controle dos romanos. Os Imperadores daquela época perceberam que poderiam governar com maior facilidade utilizando-se da religião, unindo a Igreja com o Estado. Mas estes governantes tinham um desafio: agradar cristãos e pagãos. A forma encontrada foi adaptar o Cristianismo ao paganismo. Isso causou o que podemos chamar de paganização do Cristianismo.
No livro “History of Christianity” de Edward Gibbon, lemos: “Se o paganismo foi conquistado pelo Cristianismo, é igualmente verdade que o Cristianismo foi corrompido pelo paganismo. O puro deísmo dos primeiros cristãos... foi mudado, pela igreja católica romana, para o incompreensível Dogma da Trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e idealizados por Platão, foram retidos como sendo dignos de crença”.
Desta forma, misturando o paganismo com o Cristianismo, tais imperadores conseguiram agradar o grupo de pagãos e o de cristãos. Os conceitos básicos para o estabelecimento do Dogma da Trindade surgiram dentro deste contexto como forma de conciliar o culto politeísta (vários deuses) dos pagãos com o culto cristão de adoração a um único Deus.
Flavius Valerius Constantinus (285-337 d.C), Constantino o Grande, era filho do Imperador Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306 d.C., Constantino tornou-se imperador da Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano. Divergências teológicas relativas a Jesus começaram a se manifestar no império de Constantino quando dois oponentes principais se destacavam dos outros e discutiram sobre se Jesus era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus (doutrina de Atanásio).
A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino começou a pressionar as lideranças cristãs para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um Concílio em Nicéia, em 325 d.C., para resolver a disputa. 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio para garantir que votariam no que ele acreditava não em algum consenso a que os bispos chegassem.
Neste Concílio foi votado que Jesus era Deus. Pressionada por Constantino, a votação foi a favor de Atanásio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado.
Em 381 d.C., o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um Concílio de Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram, foram ratificadas as decisões do Concílio de Nicéia e uma votação alterou o credo de Atanásio para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A Doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado.
O Dogma da Trindade sempre foi uma pedra no sapato do Cristianismo contra a denúncia judaica e islâmica de que o cristianismo não é monoteísta (um Deus único). A partir daí, os padres da igreja por séculos lutaram contra a acusação de que a trindade era politeísta. Armados de um sofisticado platonismo cristão, eles se dispuseram, a articular uma defesa.
Os pais gregos viam uma essência e três substâncias, ao passo que os bizantinos proclamavam uma essência, ou substância e três pessoas. Para os bizantinos, a Trindade compreendia três sujeitos; para os gregos, três objetos – mas a diferença era, basicamente, lingüística e, na prática, nada marcante.
A Trindade é tão sedutora para a imaginação quanto qualquer outro politeísmo, e gregos e bizantinos tinha culturas ancestrais repletas de deuses e deidades menores.
Considerando-se as igrejas cristãs de hoje, 99% delas sustentam o Dogma da Trindade, mesmo não sabendo o que constitui realmente a Trindade e suas implicações que afetam outras doutrinas fundamentais da Bíblia. Isso ocorre porque a maioria dos membros não tem a mínima noção da origem dessa doutrina, mas insistem em defender teses sobre a Trindade. Dizem ser a Trindade um mistério. O Dogma da Trindade não é um mistério, é um atentado à lógica, especialmente por violar o mais elementar conceito sobre quantidade: Três deuses constituem um só Deus.
Essa violência só seria admissível com uma explicação bíblica, para isso os trinitarianos apresentam três textos para “provar” a existência da trindade: I João 5.7; Mateus 28.19 e João 14.16.
Procedendo a uma leitura superficial do texto, tem-se a impressão da existência de uma trindade, mesmo porque o texto de I João fala que existem três no Céu e que os três são um. Mateus afirma que devemos ser batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. No entanto nenhuma doutrina é estabelecida baseando-se em apenas um ou dois textos da Bíblia, ou sem analise do contexto em que o texto está inserido.
E o mais interessante, é que em nenhum manuscrito grego do Novo Testamento antes do século IV citam a formula Pai, Filho e Espírito Santo. Tal formula só vem a aparecer nos manuscritos posteriores aos Concílios de Nicéia e de Constantinopla, respectivamente 325 d.C., e 381 d.C.


Antigo manuscrito grego
Percebe-se claramente que houve uma ousada tentativa de adulteração das Escrituras a fim de introduzir o Dogma da Trindade que nunca esteve claro na Bíblia. Será que esta foi à única tentativa dos padres trinitarianos? Ou será que eles tentaram adulterar outros textos para tornar do dia para a noite o Dogma da Trindade um ensino bíblico? Quantos textos bíblicos foram adulterados em favor da teoria trinitariana?
É muito difícil responder a estas questões, pois não temos os textos originais.
Os primeiros seguidores de Jesus não tinham idéia de que o conceito de trindade iria surgir ser votado por políticos, imposto por imperadores e um dia se tornaria parte integral do Cristianismo moderno. A maioria das igrejas cristãs apóia o Dogma da Trindade, mas ainda há algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade de acreditar em uma possibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos ridicularizados se negarmos o Dogma da Trindade.
Deus, quando estabelece a sua relação com o povo de Israel no Sinai, já deixa patente qual é a raiz do paganismo. Deuteronômio 6.4-5 aborda esta questão: “Ouve, ó Israel: IAHWEH nosso Deus é o único IAHWEH! Portanto, amarás a IAHWEH teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força” (Bíblia de Jerusalém). A raiz do paganismo é tornar Deus mais um, ou outro, centro de nossa vida, desvirtuando a sua unicidade.

Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. z3fatosemfoco@gmail.com



 

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