quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Intolerância Religiosa

Tenho vergonha em dizer que um dia fui evangélico por causa de certo camarada (camarada, termo que ele usa para referir-se a outra pessoa), que vive deblaterando e promovendo o ódio, o preconceito e o que é pior, a intolerância religiosa. A Constituição Federal (5º, VI) garante liberdade religiosa a todo cidadão brasileiro. Isso inclui o direito de escolher a religião que deseja e o de expressar as tradições e ritos da crença escolhida. Mas, isso não vem ocorrendo há anos nas prédicas do camarada. O camarada, líder de uma religião “dita verdadeira”, faz suas próprias leis, perseguindo, por pensar não serem as outras “religiões verdadeiras”, mas quem pode dizer o que é verdadeiro ou falso quando se trata de religiosidade. O “verdadeiro” está na crença de cada um, no entender o outro como seu igual, suprimindo as diferenças, respeitando o livre arbítrio.
É fácil verificar que a ideia de intolerância religiosa parte da visão que muitos têm de que a sua religião é que é a verdadeira, e não abrem mão deste padrão, não se dão a chance de conhecer as outras culturas, outras religiões; contribuindo assim para o desrespeito com as demais religiões existentes, muitas delas, mais antigas que o catolicismo e que o protestantismo.
Tolerância religiosa significa reconhecer que cada povo, cada cultura, cada comunidade tem o direito de possuir sua própria religião e um modo próprio de reverenciar suas divindades. O que é padrão para um, pode não ser para outros, e ninguém tem o direito de impor qualquer religião ou crença a quem quer que seja. Tolerância significa aceitar o que parece errado, entender que o que é errado para uns, também tem sua verdade para outros; verdade esta que não é melhor nem pior do que qualquer outra verdade, e que deve ser respeitada não por bondade ou tolerância, mas principalmente, por acreditar que todos os grupos humanos possuem iguais poderes de ligação com a natureza divina; afinal, “ligação” ou “religação” nada mais é do que “religião”.
O camarada gosta de exaltar suas virtudes para criar um fã-clube que o aplaude. Aliás, muitos dos falsos “profetas” e pregadores contemporâneos não têm rebanho, mas fã-clube. É deprimente o culto à personalidade no cenário evangélico de hoje. Outra tragédia em nosso cenário é o narcisismo, com uma incrível exibição de arrogância espiritual. Trágico ainda é o camarada arrogar-se detentor da verdade e do conhecimento. Mas o que ele sabe mesmo é enriquecer a custa da ignorância do povo.


Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. z3fatosemfoco@gmail.com

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