domingo, 28 de outubro de 2012

Crente mudo cego e surdo

Quando a intolerância impera. Quando a obsessão dos que creem não aceita a opção de não crer. Ou quando o fanatismo religioso de uma crença não admite opções diferentes das suas. Quando a crença de uma determinada religião massifica-se e considera-se superior a qualquer outra concorrência de credo o conflito estabelece-se. Histórias, dogmas, conceitos, tudo pré-definido pela religião, impedem o raciocínio do crente e exigem a aceitação do estabelecido pela hierarquia religiosa. Não questionar, não pensar. Aceitar. Somente crer!!!
E em nome da religião, barbaridades foram e são cometidas. Cria-se a uma cúpula administrativa religiosa e para a manutenção do seu poder é exigido o não questionamento por parte daqueles denominados fiéis. É certo que pensamos ser livres, ter o livre arbítrio, mas em questões de crença, voltamos sempre à Alegoria da Caverna de Platão. Somos incapazes de pensar. A cultura religiosa nos é imposta porque somos incapazes de compreender. Enfim, somos estúpidos. Tudo o que é preciso para crer está determinado pelos procedimentos religiosos.
Não quero nem questionar dogmas, de qualquer religião que seja. Seria perder tempo e provocar sentimentos. Porque crer enfim é um sentimento que atesta a nossa incapacidade de procurar a moral. Essa moral, como ensinava Sócrates, que poderia ser ensinada e aprendida. E daí aquele que é mau o é porque não sabe. Mas pela religião é preferível incutir a moral pelo dogma religioso, impondo restrições, aprendendo limites, determinando posturas e acrescentando o medo. Enfim, o crente é doutrinado pelo pavor, pela punição, pela obediência. Pela ignorância. O que não sabemos, para aquilo que não temos respostas, serve a religião.
Precisamos dos limites religiosos? Somos incapazes de andar com nossas próprias pernas? Precisamos sempre ter alguma instituição que nos cerceie o pensamento? Que nos proíba o raciocínio? Que nos desculpe a ganância, a maldade, a intolerância, o ódio? Precisamos transferir nossas responsabilidades? Não queremos assumir a culpa de nossas deficiências? Os valores religiosos que nos são incutidos desde o nascimento nos levam a aceitar com passividade o não questionamento quando o foco é a religião. Dogma. Crença. Respeito. Questionar jamais... Duvidar ou não crer é uma agressão... Abaixo Descartes: você não pensa, mas existe.
Será que simplesmente somos arrogantes demais para aceitarmos a morte? Falta humildade em nosso comportamento? Ou por egoísmo não queremos aceitar a finitude da vida? Qual a necessidade de sermos eternos? Somos cretinos ou estúpidos demais para existirmos como sociedade sem o controle religioso? Entendendo que o grande norte de todas as religiões é justamente a promessa da vida depois da morte, fica claro o apego religioso. É a expiação das culpas e responsabilidades do indivíduo dentro da sociedade. Vida depois da morte. Fácil assim. Sem prova alguma. Uma assertiva que não permite contestação. Somente uma palavra: Crer. Questionar jamais. Simplesmente aceitar e acreditar. Aceitar a hipocrisia que alguma instituição religiosa qualquer possa lhe desculpar todas as atitudes feitas contra seus semelhantes e garantir uma vida eterna sem culpas. Pensar o contrário ou desconfiar disso é desrespeitoso...
A espécie humana dentro da biodiversidade do planeta, por pensar mantém a sua supremacia. Esta capacidade de pensamento permitiu a análise e o conseqüente entendimento. A compreensão do habitat levou a exploração. Permitiu às descobertas. Preparou o conhecimento, que a cada vez mais em velocidade exponencial, se auto-alimenta e com ajustes, retorna para a própria sociedade em forma de hábitos de vida. Com isso saímos das cavernas e estamos indo ao espaço. Tenta-se compreender o universo. De onde viemos e para onde vamos. (Quo vadis?) Sempre questionaremos. É talvez aqui, a nossa busca pelo eterno. Nossa carga genética querendo sobreviver, procurando os meios e soluções para isso. E cada vez mais servirá menos a explicação religiosa. Ou os limites impostos por ela.

Observação: A palavra "FÉ", foi substituída pelas palavras "crença e crer". Por quê "FÉ", significa "FIDELIDADE", vem do latim "FIDES".


Neste blog você irá encontrar uma reunião de informações dos mais diferentes seguimentos do saber, das ciências e das artes.
Espero que gostem, aguardo seus comentários e sugestões. z3fatosemfoco@gmail.com

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Intolerância Religiosa

Tenho vergonha em dizer que um dia fui evangélico por causa de certo camarada (camarada, termo que ele usa para referir-se a outra pessoa), que vive deblaterando e promovendo o ódio, o preconceito e o que é pior, a intolerância religiosa. A Constituição Federal (5º, VI) garante liberdade religiosa a todo cidadão brasileiro. Isso inclui o direito de escolher a religião que deseja e o de expressar as tradições e ritos da crença escolhida. Mas, isso não vem ocorrendo há anos nas prédicas do camarada. O camarada, líder de uma religião “dita verdadeira”, faz suas próprias leis, perseguindo, por pensar não serem as outras “religiões verdadeiras”, mas quem pode dizer o que é verdadeiro ou falso quando se trata de religiosidade. O “verdadeiro” está na crença de cada um, no entender o outro como seu igual, suprimindo as diferenças, respeitando o livre arbítrio.
É fácil verificar que a ideia de intolerância religiosa parte da visão que muitos têm de que a sua religião é que é a verdadeira, e não abrem mão deste padrão, não se dão a chance de conhecer as outras culturas, outras religiões; contribuindo assim para o desrespeito com as demais religiões existentes, muitas delas, mais antigas que o catolicismo e que o protestantismo.
Tolerância religiosa significa reconhecer que cada povo, cada cultura, cada comunidade tem o direito de possuir sua própria religião e um modo próprio de reverenciar suas divindades. O que é padrão para um, pode não ser para outros, e ninguém tem o direito de impor qualquer religião ou crença a quem quer que seja. Tolerância significa aceitar o que parece errado, entender que o que é errado para uns, também tem sua verdade para outros; verdade esta que não é melhor nem pior do que qualquer outra verdade, e que deve ser respeitada não por bondade ou tolerância, mas principalmente, por acreditar que todos os grupos humanos possuem iguais poderes de ligação com a natureza divina; afinal, “ligação” ou “religação” nada mais é do que “religião”.
O camarada gosta de exaltar suas virtudes para criar um fã-clube que o aplaude. Aliás, muitos dos falsos “profetas” e pregadores contemporâneos não têm rebanho, mas fã-clube. É deprimente o culto à personalidade no cenário evangélico de hoje. Outra tragédia em nosso cenário é o narcisismo, com uma incrível exibição de arrogância espiritual. Trágico ainda é o camarada arrogar-se detentor da verdade e do conhecimento. Mas o que ele sabe mesmo é enriquecer a custa da ignorância do povo.


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