sábado, 24 de dezembro de 2011

Escatologia de Israel

Escatologia de Israel - segunda parte

Para compreender a escatologia da Bíblia hebraica (Antigo Testamento cristão) é necessário dividir a história de Israel em dois períodos. O primeiro período inicia-se com a formação das tribos e se estende até o Exílio Babilônico. O segundo período, do retorno do Exílio até os dias de hoje.

Representação do antigo Israel
Antes do período do Exílio o conceito hebreu e posteriormente Israel da vida após a morte tinha sido drasticamente diferente do que se tornou durante os períodos pós-exílio.
De acordo com o conceito mais antigo, não existe a ideia de céu, inferno, salvação, perdição e imortalidade da alma. As preocupações devem ser centradas unicamente nesta vida. 
Conceitos de isolamento monástico era algo estranho. Na pratica, o objetivo é viver a vida da melhor e mais juta possível. Foi só depois do retorno do Exílio influenciados pelo Zoroastrismo e o Helenismo que os judeus passaram a crer nos conceitos da imortalidade da alma e ressurreição dos mortos, como também no céu, inferno, anjos e demônios.

Religião Persa - O dualismo cosmológico e religioso
Representação do Helenismo Grego - A apoteose de Homero
Antes dos períodos Pérsico e Helênico o conceito da vida após a morte era uma experiência sombria e escura chamada sheol. Quando uma pessoa morria, era o fim.
Como foi que o pensamento hebreu e posteriormente israelita tornou-se a doutrina pagã? Quando o pensamento israelita foi transferido para o ambiente de pensamento grego.
De modo que o ensino da Bíblia hebraica foi descartado e substituído por uma doutrina pagã.
Uma das poucas ideias novas do período grego (helenismo), que sobreviveu para entrar na corrente principal do judaísmo foi a crença na imortalidade da alma.
Na concepção mais antiga, vista abundantemente na Escritura hebraica, cada individuo é um todo indivisível, um nephesh hayyah. Todo o destino dos seres humanos se cumpre aqui na terra, ao morrer, eles vão para o sombrio mundo inferior, o sheol (sepultura), onde ficam para sempre.
Essa concepção era mais ou menos dominante até o período intertestamentário.
A afirmação da imortalidade da alma no cânone judeu aparece mais tarde, em Daniel (Dn 12.2), escrito na Palestina perto do ano 164a.C.
Portanto, a crença de que o homem tem uma alma imortal que habita apenas temporariamente o seu corpo chegou ao judaísmo através da filosofia grega (Platão) e se reflete em vários escritos de influência helênica. Nessa concepção, o corpo é um mero vaso de argila, indigno de seu inquilino espiritual. Esse dualismo, estava com certeza ausente da crença dos antigos israelita.


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