quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Escatologia



Escatologia: primeira parte

Escatologia pode ser definido como "tratado do fim" (Eschaton do grego, fim), doutrina relativo a vida depois da morte, julgamento e fim do mundo.
Evidências arqueológicas apontam a origem desta doutrina na pré-história, onde conceitos rudimentares do fim do mundo e de uma vida após a morte é típica entre os povos primitivos.
Este conceito aparece também, no desenvolvimento da religião, onde encontramos traços da esperança futura, isto é, da vida após a morte.

Tumba pré-histórica, Berda Pen, Irlanda, By: Tom Szutek
Os fenômenos da natureza sempre sugestionaram a possibilidade do fim do mundo. Terremotos, Vulcões, inundações, e ainda mais, guerras, terrorismo, crise econômica ou a esperança da libertação promove o material ou motivos escatológicos do fim do mundo.
A escatologia é uma doutrina dinâmica, e de acordo com as características do ambiente e dos povos as formas externas variam. Todas as antigas civilizações tiveram suas doutrinas escatológicas, egípcios, babilônios, persas, gregos, romanos, etc.
Conceitos de um espírito ou alma vivente, que habita o corpo morto e que precisa de alimentos, como bolos, assados, manjares e bebidas, são crenças típicas da escatologia primitiva.
No Antigo Egito, a crença de uma vida após a morte fazia parte do dia-a-dia do povo. De acordo com o Livro dos Mortos, a vida, é um "vaso de argila" onde abriga o Ka a alma imortal. Com a morte o cadáver passa por um processo de mumificação tornando-se uma "casa" que fornece abrigo e alimentação para o Ka. Com a morte o Ka é considerado livre para revisitas o "vaso terrestre", fazendo a viagem para lá e para cá ( esta convicção não tem nada a ver com reencarnação).

Livro dos Mortos, papiro egípcio
Sarcófago egípcio, British Museum, London, By Zé Carlos
O morto, normalmente um faraó, após o preparo do corpo (mumificação), é colocado em um sarcófago e sepultado em uma tumba (pirâmide), lá são colocados todos os seus pertences inclusive seus criados.
Trechos do Livro dos Mortos são escritos na parede da tumba e em rolos de papiros para lembrar o morto de suas obrigações, para viver a eternidade com Osíres, o deus-sol.

Pirâmides no Egito, símbolo da Escatologia egípcia
No Zoroastrismo, a religião Pérsia o conceito escatológico é o dualismo da divindade. O mundo físico e espiritual é o palco de um conflito eterno entre Ahura Mazda (Ormuzd), o bem, e Angra Mainyu (Ahriman), o mal, os co-criadores do universo e de o homem. 
O messianismo da religião Pérsia faz lembrar o do judaísmo e posteriormente o do cristianismo. Um tempo durante o qual Ahriman governara e será seguido por dois períodos milenários em que surgirá o juiz que ressuscitará os mortos. A ressurreição será seguida pelo julgamento e a separação do bem e do mal.
Na Grécia, o dualismo da religião Pérsia é bem parecida. Os gregos possuem duas maneiras de ver o mundo, o material e o espiritual. O homem tem um corpo sujeito a corrupção e a morte e uma alma imortal.
A filosofia pagã é a base da escatologia grega. Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles são os representantes desta convicção. Platão, foi quem mais influenciou o judaísmo e o cristianismo da imortalidade da alma.